Endometriose
É uma doença que acomete mulheres na idade reprodutiva e que consiste na presença de células endometriais (estroma ou glândulas endometriais) em locais fora do útero.
Está presente em torno de 10% da população geral e 50% das pacientes inférteis ou com dor pélvica. No mundo são 176 milhões de mulheres diagnosticadas com endometriose (no Brasil são aproximadamente sete milhões), com diminuição da produtividade no trabalho de 38 %.
Adolescentes que apresentam dor pélvica recorrente, que levem a ausência escolar, falta de resposta a medicamentos específicos para dor, ou uso de anticoncepcionais para tratamento dos sintomas, podem apresentar endometriose na vida adulta em 70 % dos casos.
Existem algumas teorias para explicar o surgimento da endometriose, sendo a mais aceita e citada, que seria a da menstruação retrógrada, que através do refluxo tubáreo, levaria células endometriais para a cavidade pélvica e abdominal, causando reações inflamatórias, processos aderenciais, comprometimento das estruturas e atividades dos órgãos onde está implantada.
Uma boa avaliação do quadro clínico baseada nos três principais sintomas representa aproximadamente 70 % das suspeitas da doença: dismenorreia progressiva (cólica), dispareunia profunda (dores durante as relações sexuais) e infertilidade.
Exames de imagem como o mapeamento para endometriose (ecografias específicas), realizados por profissionais capacitados, podem detectar endometriose pélvica ou ovariana (endometrioma) sendo uma ótima opção também para identificar endometriose profunda (quando acomete órgãos como o intestino, bexiga e ureteres), orientando assim a melhor abordagem cirúrgica e equipe multidisciplinar experiente.
Para se obter o diagnóstico definitivo e realização do tratamento cirúrgico, a vídeolaparoscopia é a melhor opção. Tem menor custo, apresenta menos morbidade, permite uma visão completa da cavidade pélvica, diminui os riscos de aderências e possibilita a paciente retornar rapidamente às atividades habituais.
De acordo com o grau de evolução da endometriose - mais superficial I,II ou mais profunda III,IV - e do padrão histológico (anátomo-patológico) obtidos através da videolaparoscopia, associados aos sintomas idade e desejo gestacional da paciente, direcionamos o seguimento do tratamento que poderá ser feito com hormônios via oral, injeções de hormônio ou anti-hormônios, implantes subcutâneos ou DIU, contendo substâncias inibidoras da menstruação bloqueando a progressão da doença e inativando os focos residuais.
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